Voto de Fux no julgamento de Bolsonaro reforça campanha pela anistia e provoca reação dos EUA

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Os ministros do STF, Luiz Fux e Alexandre de Moraes divergem sobre as condenações contra Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro questiona legalidade do processo, defesa vê novas brechas e Congresso intensifica articulação pela anistia

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e Alexandre de Moraes divergiram de forma contundente no julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, no caso conhecido como “trama golpista”. O placar terminou em quatro a um pela condenação, mas o voto de Fux, dado na sessão de quinta-feira (11), abriu espaço para questionamentos jurídicos e políticos.

O ministro apontou irregularidades na condução do processo, criticando diretamente o relator, Alexandre de Moraes. Entre os pontos destacados, Fux citou a ausência de provas materiais, o suposto cerceamento de defesa diante da “avalanche de dados” apresentada às vésperas do julgamento e a prevalência de convicções pessoais dos magistrados sobre as normas legais e a jurisprudência consolidada. Ele também condenou a postura do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao endossar, segundo ele, fragilidades processuais.

A repercussão foi imediata. Aliados de Bolsonaro e sua defesa anunciaram que usarão o voto divergente como base para novos recursos no próprio STF e em cortes internacionais, buscando inclusive a anulação da decisão. No Congresso, parlamentares da oposição intensificaram a pressão pela aprovação de um projeto de anistia, enquanto nos Estados Unidos setores ligados à Casa Branca acompanharam o caso de perto e emitiram sinais de preocupação com a instabilidade política no Brasil.

Especialistas acreditam que o posicionamento de Fux dará novo fôlego à direita, tanto na mobilização popular quanto nas articulações eleitorais de 2026. Para o advogado e consultor político Rafael Favetti, o impacto imediato se concentra nos grupos mais engajados: de um lado, a esquerda, que tenta desqualificar o voto; de outro, a direita, que o utiliza como combustível para questionar a legitimidade do julgamento.

“É evidente que a manifestação dissonante de Fux alimenta expectativas favoráveis ao ex-presidente Bolsonaro”, avalia Favetti.

Com informações da Gazeta do Povo

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