“Prisão de Bolsonaro é insulto a Trump”, diz advogado do presidente americano
(Foto: Reprodução/ YouTube Gazeta do Povo)
Jurista ligado à Trump Media critica decisão de Moraes e afirma que prisão preventiva carece de provas concretas
O advogado da Rumble e da Trump Media, Martin de Luca, afirmou que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã deste sábado (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, representa um “insulto gratuito a Donald Trump e a Marco Rubio”, Secretário de Estado dos Estados Unidos. A declaração foi feita em publicação no X (antigo Twitter) e repercutida pelo site Gazeta do Povo.
De acordo com De Luca, a decisão judicial que levou à detenção de Bolsonaro carece dos requisitos legais para justificar uma prisão preventiva. “No Brasil, a prisão preventiva exige provas concretas de risco de fuga, atos objetivos de obstrução e a constatação de que nenhuma medida menos drástica seria eficaz. Moraes não apresentou nenhuma”, escreveu o advogado, acusando o ministro de basear-se apenas em “geografia, especulação e medo de uma multidão pacífica”.
Críticas às justificativas apresentadas pelo ministro do STF
Em sua publicação, Martin de Luca ironizou as razões citadas por Moraes, classificando-as como frágeis e incompatíveis com o Estado de Direito. Entre os elementos mencionados na decisão judicial estão:
- suposta violação da tornozeleira eletrônica, sem explicação detalhada;
- uma vigília pacífica convocada para ocorrer em frente ao condomínio do ex-presidente;
- o fato de Bolsonaro viver a 13 quilômetros da Embaixada dos Estados Unidos.
“Sim. Moraes argumentou literalmente que, como Bolsonaro mora a uma curta distância de carro da embaixada americana, ele poderia tentar fugir para lá. Como se os Estados Unidos, que sancionaram Moraes por violações de direitos humanos, fossem contrabandeá-lo para fora do Brasil”, escreveu o advogado, em tom de crítica.
De Luca ainda observou o contexto diplomático do momento, afirmando que a decisão de Moraes ocorre “um dia depois de os EUA terem estendido um ramo de oliveira em relação às tarifas”. Para ele, “o momento escolhido é um ato de desafio”.
“Independentemente de você apoiar Bolsonaro ou não, prender um ex-presidente com base na distância que ele percorre de carro até a embaixada dos EUA não é o Estado de Direito. É má-fé. É política”, declarou.
Bolsonaro é levado à Superintendência da PF em Brasília
Jair Bolsonaro foi preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes e conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Brasília por volta das 6h35 deste sábado. A medida não está relacionada ao processo de golpe de Estado pelo qual o ex-presidente foi recentemente condenado, mas sim à suposta tentativa de fuga e à “garantia da ordem pública”.
Segundo Moraes, o Centro de Integração de Monitoração Integrado do Distrito Federal teria identificado uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica às 0h08. O ministro argumenta que a manifestação convocada nas proximidades do condomínio onde Bolsonaro mora poderia servir de cobertura para uma eventual fuga.
Ainda segundo a decisão, Bolsonaro poderia tentar buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 13 quilômetros de sua residência — aproximadamente 15 minutos de carro.
“No caso de Jair Messias Bolsonaro, a sua recente condenação nos autos da AP 2.668/DF e a proximidade do trânsito em julgado do acórdão condenatório, bem como as novas informações trazidas aos autos no sentido da convocação de apoiadores para uma ‘vigília’ no condomínio residencial do réu, indicam alta possibilidade de tentativa de fuga”, escreveu Moraes, justificando a decretação da prisão preventiva.
A detenção do ex-presidente reacende tensões políticas no país e provoca reações internacionais, especialmente entre aliados de Donald Trump, que veem a medida como politicamente motivada.

