Professora clamou a Deus durante ataque em Aracruz: “Sou um milagre”

Degina de Oliveira era professora de inglês em uma das escolas atacadas no Espírito Santo.
O ataque a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, deixou quatro mortos e 12 pessoas feridas no dia 25 de novembro. Entre os sobreviventes está a professora de inglês Degina de Oliveira Fernandes, que recebeu alta nesta sexta-feira (16).
“Eu sou um milagre. Pedi a Deus para poupar a minha vida para conseguir voltar para casa e aqui estou”, disse Degina, de 37 anos, após 21 dias de internação.
Degina foi atingida por 5 tiros nas pernas, quadril, abdômen e tórax. O atirador é um jovem de 16 anos, que estudou até junho deste ano em uma das escolas atacadas.
Falando ao g1 por telefone, com a voz baixa por causa da intubação a que foi submetida, Degina contou que durante o ataque, ela pensava apenas em seus três filhos e clamava a Deus para ser poupada.
“Na cabeça, só pensava em meus filhos e a todo momento pedia a Deus para cuidar de mim, poupar a minha vida para eu conseguir voltar para casa e cuidar dos meus filhos. Orei muito e sei que muita gente orou por mim também. Hoje vivo um momento muito feliz, mas me compadeço e sinto muito pelas famílias das outras vítimas”, lamentou..
A professora relata que, após ser baleada, ficou lúcida até chegar ao hospital. Para tentar poupar energia, se concentrou para não ficar nervosa e se mexer muito.
Sustentada pelas orações
Durante 21 dias internada no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, na Grande Vitória, a professora contou que foi cuidada por verdadeiros anjos e agradeceu às orações.
“Era muita gente pedindo orações por mim. Meus amigos, familiares e muitas pessoas desconhecidas do estado, do Brasil e fora do país não pararam de interceder por minha saúde. Por isso, sou muito grata. Eu saí da escola muito ferida, sou uma sobrevivente e um milagre aconteceu na minha vida”, disse Degina.
Agora, a professora está novamente em casa ao lado dos três filhos, o casal de gêmeos de 7 anos e o caçula de apenas 9 meses.
“Quando cheguei, eles me abraçaram e me beijaram muito, era muita saudade. Já o bebê é muito pequeno, até achei que fosse estranhar, mas me reconheceu e sorriu para mim”, contou a professora.
Ela disse ainda que, na época do ataque, o filho ainda amamentava e, com sua ausência, os familiares precisaram introduzir outros alimentos. “Eu ainda tenho leite, mas por causa dos medicamentos devo esperar para tentar amamentar de novo. Só de vê-lo bem é um alívio”, afirma Degina.