Banco Central eleva Selic para 14,25% ao ano, maior patamar desde 2016

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Copom elevou pela quinta vez a taxa básica de juros da economia, a Selic. (Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central) Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/copom-eleva-taxa-de-juros-selic-marco/ Copyright © 2025, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

“O Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destacou o comunicado.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (19) um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, a Selic, que passou de 13,25% para 14,25% ao ano. Esta é a quinta alta consecutiva e o maior patamar desde 2016. A decisão foi unânime e seguiu as expectativas do mercado financeiro.

Nova alta prevista para a próxima reunião

Em comunicado, o Copom sinalizou que uma nova elevação, embora de menor magnitude, pode ocorrer na próxima reunião, prevista para maio. Segundo o órgão, essa decisão decorre do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza econômica e dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário.

“O Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destacou o comunicado.

Contexto da decisão e cenário econômico

O aumento na Selic ocorre em um momento de transição na liderança do Banco Central. Gabriel Galípolo, que assumiu o comando da instituição no início deste ano, participou de sua terceira reunião à frente da autarquia. O Banco Central enfatizou a necessidade de uma política monetária mais restritiva para conter as expectativas de inflação, a resiliência da atividade econômica e as pressões do mercado de trabalho, além da depreciação do câmbio.

Entre os principais riscos inflacionários citados pelo BC, estão:

  • Desancoragem das expectativas de inflação por um período mais longo;
  • Inflação de serviços maior que a projetada, devido a um hiato do produto mais positivo;
  • Impacto das políticas econômicas externa e interna, que podem manter a taxa de câmbio depreciada por mais tempo do que o previsto.

O Copom também destacou que a inflação continua acima da meta estabelecida, o que reforça a necessidade da atual política monetária.

Reação do mercado e expectativas futuras

O novo aumento na taxa básica de juros já era esperado pelos agentes do mercado financeiro, que agora observam com preocupação a possibilidade de o Banco Central ceder a pressões políticas e adotar uma postura mais branda no combate à inflação.

O Comitê reforçou que a condução da política monetária seguirá focada no objetivo de trazer a inflação para a meta estabelecida, e que a duração e a intensidade do ciclo de aperto monetário dependerão da evolução do cenário inflacionário.

Influência do cenário externo

O Copom também apontou o ambiente externo como um fator desafiador para a economia brasileira. A política econômica dos Estados Unidos, principalmente as incertezas relacionadas à gestão comercial, têm impactado a tomada de decisão do Banco Central.

Mais cedo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, manteve sua taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Segundo o Copom, as incertezas geradas pela política econômica norte-americana, aliadas às dúvidas sobre o ritmo da desaceleração da inflação global, influenciam diretamente o comportamento do mercado e das decisões monetárias no Brasil.

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