Direita reforça apelo pela anistia após atos de 7 de setembro

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O 7 de Setembro manifestações por todo o país. Em diversas cidades, brasileiros foram às ruas no dia da Independência, clamando por justiça e liberdade.

Depois de reunir milhares de manifestantes em diversas cidades do país neste domingo (7), a oposição prepara uma ofensiva em Brasília para pressionar o Congresso a votar o projeto de anistia. A mobilização ocorre em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado.

Além da anistia, os atos tiveram como foco o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro e primeiro a votar na retomada do julgamento nesta terça-feira (9). A expectativa é que a decisão seja concluída até sexta-feira (12).

Na Avenida Paulista, em São Paulo, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a mobilização é pela “liberdade de expressão, de imprensa e religiosa” e acusou Moraes de “violar reiteradamente direitos humanos”. O parlamentar cobrou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), paute o pedido de impeachment do ministro, já protocolado com o apoio de 41 senadores.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do ato e defendeu a votação do projeto de anistia. Ele pediu ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que coloque o texto em apreciação. “Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça, é resgatar o país. Não podemos nos afastar do Império da Lei”, declarou.

A proposta de anistia, ainda não protocolada, prevê perdão a todos os condenados, investigados ou processados desde 14 de março de 2019, data de abertura do inquérito das fake news no STF. Apesar disso, Alcolumbre tem sinalizado que não apoiará a medida caso beneficie Bolsonaro.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que partidos como PP, União Brasil e PSD se somariam à legenda para garantir maioria em favor da anistia.

Michelle Bolsonaro e líderes religiosos criticam processo

Representando o marido na Paulista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro classificou como “injustiça” e “perseguição” o processo contra o ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar desde agosto. Ela afirmou que Bolsonaro vive uma “humilhação” e teve suas liberdades cerceadas.

Também presente, o pastor Silas Malafaia, alvo de operação da Polícia Federal no mês passado, alegou sofrer “perseguição religiosa” e criticou a apreensão de seus cadernos e passaporte.

Manifestações em várias capitais

Além de São Paulo, atos ocorreram em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Na capital fluminense, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou o julgamento do STF de “farsa” e comparou a acusação contra seu pai a uma “segunda facada”. Em Brasília, os deputados Zé Trovão (PL-SC) e Bia Kicis (PL-DF) reforçaram a defesa da anistia, que, segundo eles, é uma “imposição” diante da existência de “presos e exilados políticos”.

Mobilização da esquerda esvazia

Enquanto os aliados de Bolsonaro comemoraram a presença em massa das ruas, os atos convocados por partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiveram baixa adesão. Em Brasília, apenas algumas dezenas de militantes participaram de manifestação em defesa da prisão do ex-presidente. Nenhum ministro ou parlamentar da base compareceu.

Nesta segunda-feira (8), a ministra Gleisi Hoffmann (PT) reúne representantes de partidos do centrão no Palácio do Planalto para discutir estratégias contra a votação da anistia no Congresso.

“Em pleno 7 de setembro, partidários de Bolsonaro carregam bandeiras dos EUA, enquanto defendem anistia para livrá-lo das penas que merece. A nossa luta é pelo Brasil e pelo povo brasileiro”, declarou Gleisi nas redes sociais.

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