Onda conservadora esmaga a esquerda no Chile e caminha para vitória no 2º turno

O jornalista Gustavo Burgos, diretor da respeitada revista El Porteño, classificou o resultado como “provavelmente uma das derrotas políticas eleitorais de maior envergadura da esquerda nos últimos 50 anos”.

O cenário político no Chile sofreu uma guinada histórica neste domingo, com a votação maciça em candidatos de direita e centro-direita. No total, as forças conservadoras somaram impressionantes 70,13% dos votos válidos, evidenciando um forte repúdio ao atual governo do presidente Gabriel Boric, que tem alta desaprovação popular. O jornalista Gustavo Burgos, diretor da respeitada revista El Porteño, classificou o resultado como “provavelmente uma das derrotas políticas eleitorais de maior envergadura da esquerda nos últimos 50 anos”.

O segundo turno será disputado por José Antonio Kast (Partido Republicano), que liderou a corrida com 24,02%, e a candidata da extrema-esquerda, Jeannette Jara (Partido Comunista Chileno), que alcançou 26,76% dos votos. O resultado é um duro golpe para a coalizão de esquerda, que viu seus demais oponentes – Franco Parisi (19,59%), Johannes Kaiser (13,94%) e Evelyn Matthei (12,56%) – unificarem imediatamente o apoio a Kast, selando uma ampla frente conservadora.

A candidata do Partido Comunista, apoiada por Boric, enfrentará um desafio monumental. A junção dos votos conservadores, que totalizam mais de dois terços do eleitorado, cria uma barreira quase intransponível para a esquerda no próximo pleito. Esse alinhamento demonstra o desejo de mudança do povo chileno, que parece decidido a rejeitar o modelo político defendido pelo atual governo e virar a página da polarização ideológica.